Vigília em Curitiba reforça mobilização e unidade dos Auditores-Fiscais
15/05/2025 • Movimentos e organização

DS Curitiba
Auditores-Fiscais realizaram, nesta quarta-feira (14), uma vigília no prédio da Receita Federal do Brasil em Curitiba. Além de fortalecer a greve e reforçar a mobilização e a unidade dos colegas, o ato aconteceu no mesmo dia em que o Sindifisco Nacional teve uma reunião com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), em Brasília. A categoria completou, nesta quarta-feira, 169 dias em greve.
“Nós esperamos que o MGI e a alta administração da Receita Federal cumpram o acordo, cumpram aquilo que foi prometido no ano passado. Estava previsto que seria aberta uma mesa específica de negociação com a categoria, com a Receita Federal, o que não se cumpriu. A Receita Federal é o único órgão da administração pública que não teve reajuste do vencimento básico no ano”, argumentou o diretor de Assuntos Jurídicos e Estudos Técnicos da DS Curitiba, Adir Roberto Staats.
A manifestação também compõe uma estratégia nacional para pressionar o Governo Federal a avançar nas negociações com a categoria. O reajuste do vencimento básico, o pagamento integral do bônus para ativos e aposentados, além da destinação de recursos do Fundaf para o plano de saúde, são etapas que ainda precisam ser vencidas e resolvidas com a categoria.
“O que se espera? É demonstrar, para o Governo, ao MGI e à alta administração da Receita Federal, a indignação da categoria. O que se espera é que se cumpra o acordo, que tenhamos o nosso reajuste do vencimento básico corrigido, conforme prevê a lei e a própria Constituição Federal — o reajuste anual do vencimento básico, a recomposição das perdas inflacionárias. E o nosso movimento aqui, a nossa manifestação, é para reforçar ao governo a nossa indignação”, completou Staats.
De acordo com ele, a expectativa da categoria é que uma proposta de recomposição das perdas salariais e de atendimento aos demais pleitos possa ser, enfim, apresentada. Contudo, em caso negativo, um acirramento do movimento é esperado. “O movimento está crescente, está forte. Com a última posição do comitê gestor de produtividade da Receita Federal, com a publicação das Resoluções nº 7 e nº 8 — que trouxeram perdas no nosso bônus sem que a categoria fosse previamente ouvida, como previsto no próprio decreto —, aumentou ainda mais a indignação da categoria. E, com a participação maior de órgãos centrais e de delegados que se juntam aos demais auditores para o cumprimento das determinações da assembleia”, garantiu o diretor da DS Curitiba.
O membro do Comando Local de Mobilização de Curitiba, Paulo Fernando Vargas Fraga, destacou que o ponto central da vigília é mostrar a força do movimento grevista. “A greve está se fortalecendo cada vez mais. Nós temos notícias de setores da Receita Federal que estão aderindo à greve e que não estavam participando antes. Esse momento tem sido importante para o acirramento do movimento, muito em função das portarias que alteraram o cálculo do bônus. Acho que isso também está fazendo o movimento se fortalecer”, analisou.
Além de Curitiba, outras cidades também realizaram vigílias de mobilização. Belo Horizonte e Poços de Caldas, em Minas Gerais; São Paulo; Ribeirão Preto; Rio de Janeiro; Foz do Iguaçu; Ponta Grossa; Novo Hamburgo; Fortaleza; Salvador e Recife são algumas das cidades onde atos semelhantes ocorreram.
O diretor da DS Joinville, Javier Padilha, veio para Curitiba com outros representantes da Delegacia Sindical catarinense para fortalecer o movimento na capital do Paraná. Ele disse que, em sua cidade, apesar do cansaço, a categoria está disposta a continuar a luta. “Todas as quartas-feiras conseguimos reunir na DS um grupo de até 10 pessoas, sendo que temos apenas 40 e poucos ativos”, disse Padilha, afirmando também que a adesão em sua base chega a 90% da categoria. “A adesão é muito grande”, garantiu.
“Ninguém gosta de fazer greve, não é mesmo? Você faz numa situação crítica. Nós queremos fazer aquilo que fomos contratados para fazer”, comentou o diretor da DS Joinville, mostrando a insatisfação da categoria em ser empurrada para a greve pela gestão.
A tendência é que o movimento siga crescendo e pressionando o Governo Federal. Na semana passada, Auditores-Fiscais realizaram operação-padrão integrada nos aeroportos de Confins (MG), Brasília (DF), Galeão (RJ), Porto Alegre (RS), Salvador (BA) e Viracopos (SP), com a ampliação da fiscalização de passageiros, bagagens e remessas. O objetivo foi mostrar a força da greve diante da demora em encontrar uma solução para os pleitos da categoria.
Outro fato relevante registrado nesta semana foi a adesão de delegados e delegadas adjuntas à greve — pela segunda vez na história da Receita. Auditores e Auditoras-Fiscais de áreas estratégicas da Receita Federal, em exercício nas Unidades Centrais, também aderiram ao movimento, afirmando, em manifesto entregue à administração, que não resta “outro caminho a não ser o de fazer greve na semana de 12 a 16 de maio de 2025, atendendo às deliberações da última Assembleia da categoria”.
Negociações prosseguem na próxima semana – Como esperado por parte dos participantes, a primeira reunião não teve avanços concretos. Representantes do Sindifisco Nacional foram recebidos pelo secretário de Relações de Trabalho do MGI, José Lopez Feijóo, e pelo subsecretário de Gestão Corporativa da Receita Federal, Auditor-Fiscal Juliano Brito da Justa Neves. De acordo com o presidente, Dão Real, não houve proposta apresentada e as negociações devem prosseguir na próxima semana.
Clique aqui para ver o vídeo as informações prestadas pelo presidente do Sindifisco Nacional.
Fonte: DS Curitiba